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Sombra sem fim...


Este processo de auto-reconhecimento não tem sido nada fácil em meu dia-a-dia. Esta busca pelo que existe aqui dentro tem me deixado exausta, por dentro e por fora. E tudo porque já não há tanta alegria pelo caminho, ou melhor, não a encontro mais neste indo e vindo. E resta apenas a chatice de um trabalho comum, quase imperceptível.
É isso! A sensação que carrego comigo ultimamente é a de que realizo um trabalho invisível, sabe? Imagino que todo mundo conheça alguém em seu meio que quase-não-está-ali, pois não se torna visível aos olhos, ou, estes mesmos olhos fingem não haver tal presença. Este não-encontro pode muitas vezes ser proposital ou simplesmente pura falta de percepção da existência do outro e de sua importância para o todo, mas há milhares de outras justificativas que não cabem neste espaço, pelo tempo, pelas palavras e pela minha costumeira falta de coragem.
Pois bem, tudo se torna insuportável dentro dos limites cabíveis, quando esta tal "pessoa-sem-sombra" da qual me refiro, seja eu mesma. E confesso que o maior desejo frente à situação angustiante, é de que um dia desses, em uma tarde comum de uma semana qualquer, eu desapareça sem lembretes, e-mails ou telefonemas antecipados, apenas para constatar (apenas a meu próprio ser, talvez) que realmente para os demais não há tamanha diferença entre estar presente ou não estar; a ausência apenas será notada pela pilha de papéis e e-mails estagnados sem resposta.
Mas afinal, para quê tudo isso, penso eu? E o único pensamento que surge é: enquanto não encontro forças suficientes para alterar o percurso e encarar uma grande mudança que traga novamente cor à minha existência, enquanto a coragem não vem, eu preciso de respostas, de olhares e de abraços sinceros, para continuar a acreditar. Acreditar que um dia, ao abrir os olhos, encontrarei novamente a luz e poderei finalmente voar, leve, após tantos dias debaixo dessa sombra sem fim...
PS.: À vocês, meus amigos invisíveis, reafirmo que são extremamente essenciais a estes olhos e principalmente ao coração. Acreditem!

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