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Despedida

Ventos bons nos trazem para a vida. Apresentam-nos pessoas que nem desconfiamos o quanto nos serão essenciais. Passamos a caminhar lado a lado, dividindo histórias, sorrisos e abraços. De todos os membros que compõe uma família, nascem laços inexplicáveis com alguns. Entre estes, normalmente surgem longas conversas em silêncio, tão cheias de significados. Assim como os olhares também tornam-se mais poderosos do que muitas palavras. Compreende-se e pronto. 


E esqueça a diferença sutil de idade. Pessoas com afinidades nem sempre são da mesma geração. A alegria está justamente na quantidade de primaveras vividas, pois é daí que surgem os aprendizados mútuos. Sejam apenas memórias ou registros fotográficos. Um passeio de jipe ou andar de bicicleta pela praia. Assistir a um jogo de futebol, ler o jornal ou ouvir rádio. Independente do estado de espírito, sempre haviam balas para tornar o fim de tarde mais doce. Tantos momentos, junto a seus olhos azuis - tranquilos e sorridentes.

Desde pequena me ensinaram a lhe pedir a benção e chamá-lo de avô, mas meu coração também o reconheceria por tantos outros nomes. Para mim, além de um homem exemplar, você foi muitos: amigo, pai, irmão, atleta, juiz de futebol, medalhista, corredor de São Silvestre, trabalhador, pintor, desenhista, construtor, filho, chefe de família, escritor, contador de histórias, aventureiro, ídolo...

Em um dia 26 você se foi. Fica esse vazio que não se preenche - uma tal de saudade. Mas sua sabedoria, bondade e alegria ficarão sempre comigo, "caro colega"!

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