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Infindos porquês

Um, dois, três... vários pensamentos para deixar aqui registrados, porém ultimamente há ausência de coragem, em seus vários sentidos da palavra. Até de escrever, por mais que as idéias estejam sempre borbulhando dentro de mim. Desejo interno de estar em off, ou voar, longe... Mas - e após este mas há uma respiração profunda - as teclas se apresentaram tentadoras nesta noite, em que o sono não vem (ou será que é falta de coragem até de fechar os olhos?) e meu coração pulsa em ritmo agonizante.
Incessantes acontecimentos têm me obrigado a questionar minha existência. O fato é que estou descontente com este dia-a-dia exaustivo e que não me direciona a algum lugar palpável. Sinto como se o caminho até então percorrido estivesse sendo lentamente apagado logo na sequência. E aliado a esse sentimento, nada agradável, há uma ponta de desespero. Continuo, interrompo, sigo cegamente apenas guiada pelo vento sem destino? Ah dúvidas incansáveis, o que seria de mim sem vocês? Ao menos uma certeza: a mudança bateu em minhas costas, anunciando sua chegada repentina e me pegou desprevenida. E preciso agir. Reagir!
Só não tenho projetos para este recomeço. É uma folha em branco esperando o primeiro rabisco, o traço certeiro, firme... Mas a ponta do lápis quebrou novamente. Aponto aqui, apago ali e as mãos se afrouxam. Resolvo trocar de papel, iniciar talvez por um menor, com rascunhos mais tímidos, que pudessem gradativamente avançar e aos poucos preencher a folha inteira. Mas o novo caminho ainda não foi traçado. A folha continua em branco e o grafite esperando para ser utilizado...
Enquanto isso, o ponteiro dos segundos avança e meu coração se aflige, quietinho, solitário. Há contudo, esse vazio que não se preenche - o banco do carro, o vão entre as mãos, o celular que não me chama, a mensagem não recebida, o cursor intermitente, o convite que não chega aos ouvidos. E dia após dia, sou só saudade. Sou também medo, desejo, paixão e silêncio. Sou eu aqui, você aí e os infindos porquês...
Enfim, não sei quem sou. Se você aí do outro lado puder me ler, seja bem-vindo! "Só não se perca ao entrar, no meu infinito particular".

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