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Mostrando postagens de julho, 2020

Lembranças

Esses dias me peguei lembrando das nossas conversas. Desde o tempo que nos encontrávamos diariamente e o riso era solto. Depois você se mudou de cidade e os encontros tornaram-se mais esporádicos, mas ainda eram tardes inteiras de bom papo. Incluindo algumas noites online, para contar as novidades do dia ou da semana... Eis que você se mudou novamente, primeiro para outro país e depois para a capital, nossos encontros ficaram mais esparsos e o riso mais contido. As redes sociais auxiliam nesse processo à distância, mas também geram controversas. Ultimamente sinto que o diálogo se perdeu, já não conversamos mais sobre nós mesmos, mas sobre os outros. As respostas foram ficando mais curtas e os silêncios aumentaram. As lembranças permanecem, sorrio ao recordar das novidades contadas em primeira mão. Sinto muita falta disso, já não sei viver só de lembranças.

Reticências

Porquê nos acostumamos a ser deixados de lado? Porquê a indiferença persiste em várias esferas da vida: presencial ou virtualmente? Uma ausência de resposta aqui, outro clique inexistente acolá. Uma conversa incompleta. Um assunto interrompido. Uma mensagem que não chega. Um e-mail sem beijo. Uma fotografia despercebida. Um momento sem registro... Os sinais do cotidiano vão se acumulando nas reticências e a falta de prioridades se confirma nos pequenos detalhes. Estes mesmos detalhes que forçosamente aprendemos a ignorar, acreditando que volta e meia a conexão seja reestabelecida. Aí mora o perigo. O tempo passa, o coração aperta e as reticências permanecem sem resposta.