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Mostrando postagens de agosto, 2011

(in)completude

Surpreendentemente, (quase) tudo está em seu lugar: a casa toda reformada - inspirando ares novos;  os livros reposicionados na estante - um deles novamente próximo à cabeceira; alguns projetos saindo do papel e tomando a devida forma - arquitetando realidade; os movimentos físicos reorganizando a agenda - e principalmente a respiração; o silêncio voltando a reinar sereno - ali fora e aqui dentro também. Eis que, entre tantos sorrisos e muita gratidão, ainda haja a incompletude de uma poltrona vazia, aguardando seus olhos cheios de alegria revelarem-me as novidades... A casa é sua - Arnaldo Antunes

Ausência das palavras

[Fotografia: "Muro de livros" - Hasaliah - Olhares.com] Página em branco. Lápis preto na mão. Os desenhos surgem antes das palavras, e não é de hoje que os traços me encantam. Porém ultimamente a ausência delas - as palavras - têm me incomodado, quase como sapato apertado quando pressiona o calcanhar implorando por pés descalços. Sinto que lentamente tenho me afastado das letras, estas que sempre me conquistaram. Os tantos livros encaixaram-se cuidadosamente na estante novinha em folha, em lugar de destaque, projetados especificamente para acomodá-los. Alguns ainda intactos, repousam nas caixas fechadas pela mudança e anseiam juntar-se aos demais. Outros possuem mais imagens do que vogais. São papéis recheados de desenhos, arquitetados um a um. Enquanto isso, as letras gritam ao longe para não serem esquecidas ali. É o desejo de habitar novamente a mesa de cabeceira, assim mais próximas às mãos e aos olhos atentos a cada página virada. Mesmo que por alguns dias ou meses, mas